Vários times já jogaram em La Paz. E toda vez que um brasileiro tem o compromisso de encarar os 3.660 m de altitude, as preocupações são as mesmas. Não será diferente com o Internacional, que estreia na Copa Libertadores nesta terça-feira, às 22h30 (de Brasília), contra o The Strongest.
Jogar na altitude cansa, deixa os atletas com pouco fôlego e a partida fica mais rápida. Para os goleiros os cuidados e os perigos são ainda maiores, a bola fica mais leve e cheia de efeito na hora dos chutes dos adversários.
Com 22 anos, o goleiro titular colorado, Alisson Becker, está entusiasmado por sua primeira Libertadores, mas preocupado com os problemas que a bola causa na altitude. Será a sua primeira experiências nestas condições.
“Se pudéssemos evitar a altitude seria o melhor. Me falaram sobre a altitude, para eu estar lá da melhor maneira. Conversei bastante com meu irmão sobre como é jogar lá. Ele me disse para ficar preparado com os chutes de longa distância”, conta Alisson.
Não é a primeira vez que o Inter enfrentará o The Strongest na capital boliviana. Em 2012, também na primeira fase da Libertadores, as duas equipes e enfrentaram e ficaram no 1 a 1.
Do grupo atual, o único remanescente daquela partida é o goleiro Muriel. Reserva de seu irmão, o goleiro fala sobre o que passou há três anos e serve de conselheiro para o atual titular.
“A gente puxa o ar e não vem. A gente corre atrás o jogo todo. Eles sabem jogar com a vantagem da altitude. Chutam de longa distância o tempo todo, porque sabem que a bola fica mais leve e faz curvas absurdas”, explica Muriel.
A preocupação é tamanha que os dois irmãos que estão na Bolívia treinaram de maneira especial. O preparador de goleiros, Daniel Pavan, utilizou pequenas bolas de borracha para simular a velocidade e a variação da bola nos mais de três mil metros de altitude de La Paz.
Para se adaptar, Alisson não terá muito tempo. Ele só sentirá os efeitos no campo momentos antes do jogo, no aquecimento do estádio Hernando Siles. Mesmo assim, o goleiro colorado não se assusta.
“A gente viaja para outros lugares e acaba conhecendo o campo, o estádio, na hora do jogo. Eu vou chegar para o aquecimento e já vou ver como a bola viaja, simular jogo aéreo. Não será problema”, avisa o goleiro oriundo da base do Inter.
A equipe viajou definida pelo técnico Diego Aguirre e terá a seguinte formação: Alisson, Léo, Ernando, Alan Costa e Fabrício; Nílton, Aránguiz, Anderson e D’Alessandro; Eduardo Sasha e Nilmar. A partida é válida pelo Grupo 4, que também tem o Universidade de Chile e o Emelec, do Equador.
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